quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Joana de Angelis

"Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação, ao desequilíbrio. Mantém-te sereno em todas as realizações. A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar fora por motivos irrelevantes. Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a pessoa. Tua serenidade, tua gema preciosa. Diante de quem te enganou, traindo a tua confiança, o teu ideal, ou envolvendo-te em malquerença, mantém-te sereno. O enganador é quem deve estar inquieto, e não a sua vítima."

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Afinidade

"Afinidade não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto onde foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo medindo a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial (da esperança sobre a experiência).

Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar de longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar. Ou quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

A afinidade não precisa de amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar. Há afinidade por pessoas (não seria com pessoas ?) a quem apenas vemos passar, por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos. Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos, veremos ou falaremos.

A afinidade é singular, discreta e independente, porque não precisa de tempo para existir. Afinidade é adivinhação de essências não conhecidas nem pelas pessoas que as têm. Afinidade é retomar a relação do ponto onde parou, sem lamentar o tempo da separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais, a expressão do outro sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado."

Arthur da Távola.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

LIVRO PARA SER LIDO E RELIDO SEMPRE!!!

"Nos instantes de tormenta ocasionados pelos efeitos de tuas imperfeições, busca Deus na oração e escuta tua alma.

Ouve os ditames suaves que ela te envia. Não os julgue agora e enquanto meditas.

Indaga-te: que fazer ante os impulsos menos felizes? Como agir para mudar?

Ouve! Ouve a resposta em ti mesmo! Escuta teus sentimentos!

Ora novamente, aquieta os raciocínios e escuta os “sons” dos sentimentos nobres que te arrimam.

Estás agora em estado alterado de consciência. Tua sombra avizinha. Teu self permanece em vigília. Tonifica-te com as energias revigorantes.

Agora agradece o dom da vida... O corpo... A beleza de pertencer a ti mesmo.

A presente existência é a tua oportunidade. É a tua ocasião de libertar. Recomeça quantas vezes se fizerem necessárias. Perdoa-te pelos insucessos.

Recorda as muitas vitórias e preenche-te com o labor.

Algumas respostas para serem compreendidas solicitam o concurso do tempo.

Prossegue sem ilusões de conforto. Deseja o sossego interior e acredita merecê-lo, mas não o confunda com facilidades transitórias.

Teus sentimentos: a realidade de tua posição espiritual. Por eles sabes de teu valor e de tuas necessidades.

Não te agrida quando sentires o que não gostarias.

Ama-te ainda mais nesses momentos. Aceita-te.

Diz: eu aceito minha imperfeição. Sentí-la não quer dizer que eu seja menor. Eu aceito minhas particularidades. Eu me amo como sou e não me abandonarei porque somente eu posso me resgatar.

Agora vai cumprir teu dever – esse sublime “analgésico mental”.

Em outros instantes, fora da tormenta mental, medita sobre aquilo que te incomodou.

Medita sempre sobre tuas imperfeições e Teu Pai, secretamente, na acústica do ser, providenciar-te-á os recursos abundantes para tua cura.

Deus jamais te esquece. Acredite nisso e sente o amparo em teu favor.
O universo está a teu favor. Acredita."

Trecho do livro Escutando Sentimentos.